Depois de tantas reflexões a duvida que resta é: Eu
realmente sou masoquista?
Vamos voltar no tempo. Adorava fazer exames de sangue, tomar
injeções, sempre me imaginava num leito de hospital com vários acessos venosos
em ambos os braços e sonda na vagina. Totalmente estranho para uma garotinha
que nem 10 anos tinha ainda. Em nossa maquina do tempo, voltamos para os meus 7
anos, 1º série, conhecendo novas coisas desde educativo ao qualquer tipo de
aprendizado. Eu tinha uma ligação muito forte com meu primo, aprendemos juntos
sobre sexualidade. Tocávamo-nos, mesmo sem saber ao certo o que era exatamente,
mas eu gostava da sensação.
Ainda na 1º serie, eu era uma Bad Girl, rebelde, não fazia o
dever e por isso meu caderno era repleto de bilhetinhos da professora. A cada
bilhete eu sentia um arrepio percorrer a minha espinha, eu sabia o que viria a
seguir.
Quando eu chegava em casa, eu apanhava muito, chinelo, vara,
tapas, uma vez apanhei com uma vara com espinhos. Cresciam vergões pelo meu
corpo, nariz pingando sangue, a pele queimando das chineladas. Isso nunca me excitou.
Muito pelo contrario. Eu tinha pavor de saber que ia apanhar.
Eu sempre fui muito compreensiva e com o tempo esse tipo de
coisa ficou de lado. Não ligava para as coisas ruins que aconteceram na minha infância.
Aos 12 anos aprendi o necessário sobre sexualidade, quero
dizer, dentro do contexto fisiológico. Eu ainda era virgem, porem cheia de
vontades. Fantasiava a minha primeira vez sendo com um homem mais velho, numa
estrada deserta, onde ele me jogava no mato e me estuprava. Ele segurava meus
pulsos e me amordaçava com sua camisa suada. Eu só me assustava ao acordar e
perceber o quanto eu estava excitada. Como eu poderia ficar excitada com
aquilo? Eu pensava ser uma completa estranha.
Com o tempo, passaram a ser fantasias do tipo baunilha
apimentada. Chicotes, algemas, vendas, acessórios mais básicos.
A minha primeira vez foi aos 15 anos. Totalmente inesperada,
mas adorei. Era a primeira vez que via aquele homem, ele estava concertando meu
computador, e não tirava os olhos da minha coxa. Logo percebi o que ele queria.
Eu estava segura de que isso não iria acontecer, afinal, tinha o total controle
sobre o meu corpo. Mas aconteceu, no muro da minha casa perto do asfalto,
totalmente ao ar livre. Com um desconhecido. Foi maravilhoso, cheguei ao meu
orgasmo pela primeira vez.
Depois disso tive outros relacionamentos do tipo baunilha,
mas sexo sem compromisso. Sempre fui sedenta por sexo. Quando descobri o BDSM
passei a ser ainda mais sedenta. Descobrir que aquilo que já existia no meu subconsciente
poderia se tornar real, me deixou em êxtase. Querer novas experiências, é além
disso, querer ser maltratada. Ser de alguém.
Beijos de Mel. =*

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